quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

por pés

sempre que podia inexplicávelmente fixava seu encanto pelas partes de baixo; se houvesse um coreto, ela metia os olhos onde os jardineiros guardam suas pás e ferramentas, na casa, sempre visitava o porão e assim por diante e abaixo... devo salientar algo que poucos souberam: ela, quando criava vínculos demais com as pessoas, olhava secretamente a sola dos pés de cada um, e assim classificava sem medo o que cada um lhe gerava, assim as pessoas eram. classificação marcante seria:

seu pai tinha ácido úrico em excesso, os pés eram cascudos e soltavam peles. pés de cobra:

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

não dá pra impedir que se atraiam; o que dá pra impedir,é que se retraiam.
- de dias cansados

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

alí ce má ría!



não tive nada pronto, nem pensei em nada pra fazer em três minutos. a idéia principal era ou é Alice Maria e em respeito a Raul - mesmo que não falemos da mesma - peço a licença e a palavra:

                                     "Adeus ao amor
                                         Que ali se partia"
                                     -Raul Seixas     

                       E assim como Alice, e assim como Maria. Ela não gostava de ser só uma, queria mesmo que seu retrato fosse um fiel mutável a cada segundo, tanto queria que inventava tanta coisa sobre si mesma e acreditava com tanto zelo que talvez não seja mais do que ficção, tem muito tanto nisso tudo, mas Alice sempre gostou de muito e nunca se valeu do destempero. - palavra que ela odiava como as pessoas usavam "destempero das idéias", oras, porque destemperadas? as mais instigantes, insanas e pertubadas eram as recheadas de tempero!  - Ela gostava de cozinhar, mas tudo que punha a mão era retrato do que queria pra vida, ou era salgado demais, ou doce demais, amargo demais, era demais; Tanto que Maria já havia se cansado daquilo tudo, e queria mesmo por pra fora sua sonolência de toda hora, Maria criou como um animal doméstico a tal impostura em relação ao sentimentos, e não se importava com todas as grades que tinha que arrancar pra isso - e sempre imaginava que em situações como as de cria, ela pensaria com o coração enquanto Alice correria de um lado pro outro procurando gritar o mais alto possível - aquilo era um desgaste muito grande, mas o que na vida de Alice Maria não era desgastante? Por vezes achava que a experiencia cotidiana implica numa boa soma de equívocos enquanto tudo pesava aos ombros, coisa que soa pessimista... mas havia um desejo desmedido de viver o mais nua possível, uma nudez perplexa de arevimento nas entrelinhas, e enquanto uma era vermelha, outra era azul, e sem final isso se seguia, aliás, em algum momento qualquer um saberá que no fundo a cor que predominava era o violeta. Alice Maria foi se alimentar e um dia volta a ficar nua.

domingo, 4 de outubro de 2009

chuva

impossível é:                                       
                          "uma nuvem cheia não chover"
Adriana Calcanhoto


o tempo passa arrastado, pulando casas e voltando a cada segundo. pregando peças e pássaros, cada pingo de azul do céu se mancha de branco pra esperar o balancê do coração mais uma vez. arrepio, é assim que chove, o céu se arrepia e os poros se contraem; em tempestade: chuva em mim a cada pensamento.

- sem letras maiúsculas, já que a promessa de um amor em maiúsculo já basta.
para sempre seu
para sempre meu
para sempre nosso.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

feito de mim

e para mim:

"ser bem mais que só uma estrela no meu céu, ser além de companheira de uma nuvem.
ser Stela, linda, única, hilariante, metade inteira de mim, multicor - se muda pra defesa, e não pro ataque, camaleoa de si mesma. impossível não se apaixonar."

Stela Soares: a responsável.


http://ventanna.blogspot.com/2009/05/vitreo.html

eu te amo Stela.

feito de mim

e para mim:
um dos grandes presentes, tão grande que dá pra perder de vista.

"E como dizer, é vivo, lindo, presente, intenso e vem de você.
Companheira de taverna, te amar ainda é pouco!"

http://fernandanader.blogspot.com/2009/04/ela-nao-esta-sozinha.html
e quando você ler, vai saber:
"e quando o sol vier, vai despertar nossos jardins."
- Rafael Dutra.
Ser corajoso pra dois, não faz do outro mais corajoso.
- faz tempo, fez bem pra mim, e não só.

Transcrição - Ainda Carolina I

- desta vez, 22 de junho de 2009:

Carolina esperava mais daquele dia, estava sem música, mas queria que fosse melhor, ela se sentou ali, estragou seu estômago mais uma vez, e dessa vez, não era na companhia de um amigo. Pessoas estranhas - e quem não é estranho? - em volta de mesas e pratos ali presentes, carregando restos, até que palavras foram ouvidas rasgando, era como se o tempo deixasse de passar naquele ritmo e passasse a ser próprio e frívolo... De dentro da barriga, tudo parecia tomado. Xeque mate! jogo perdido, e ela desistiu de querer; Durante o tempo vazio mais a frente, aquele dia não fez mais sentido, só sabia que não devia esperar, continuou estragando seu estômago; o que se aprende é que não se deve, e mesmo assim sem querer, Carolina continua a esperar...

Transcrição - Ainda Carolina

- Lá pelos 27 dias de março de 2009 assim se seguia:

Ela se levantou ao soar de mais uma sinfonia matinal, ainda lesa se despiu e esperava um banho quente, até que percebeu que pelo frio que sentia, fosse o que fosse, seria quente.
Entrou embaixo d'água, inclinou a cabeça, quis ser um pingo daqueles que escorre no azulejo, um pouco mais abaixo, viu seus pés, pensou então no que sua anatomia ajudava.
pensou nas unhas vermelhas ali presentes,
pensou em pegar um ônibus, estava atrasada pro trabalho. Acendeu um amigo, suspirou o mesmo e viu que assim como os outros, seu amigo aceso ia. Dose de cafeína, canecas divertidas, pensou em fabricar algumas,
pensou em desistir.
Se divertiu com coisas de borda, brincou de jogar e de sorrir, quis ser mais fácil, acendeu outro amigo; ficou entretida com o caminho da ida. Quis sentir alguém, quis que as pessoas não levassem tudo a sério demais, falou sobre isso, quis não magoar, não explicou nem soube, deixou de lado.
Olhou suas mãos, reparou nas marcas, ainda era Carolina, renovou o esmalte rubro, pensou em escrever sobre isso uns 3 dias. escreveu e não gostou do que fez; acho que se foi.