domingo, 18 de agosto de 2013

floresta


aquelas saídas que a gente queria que fossemos portas

"de olhos fechados
mergulho em teu ventre.
perfumes se encontram
no meu rosto. Braços
apanham meus cabelos.

braços leves, pesados,
amorosos ou rudes,
braços de cedro
ou espinheiro,
de parasitas
ou cravos selvagens.

no ar e na boca
um gosto de erva
amanhecida. Um gosto
de coisa lavada.
um ar de chuva
e terra. um gosto
de mundo amanhecendo.

oh, enveredar
por esse mundo livre
e ser uma entre as árvores
que formam o volume
do teu rosto.

enveredar por esse mundo livre.
conhecer a geografia
do teu peito. misturar-me
à conversa das folhas
e adivinhar o casamento
secreto das raízes!"

Lila Ripoll

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

o ato de abrir os olhos

imagem 1 - cada um de seus sons                    
                 era uma nova vida que
                 eu conhecia
habitar s/n - descobri-lo no meu íntimo
                   junto ao estremecer


                  sentia seus amores como
                  meus entrando na sua vida
                  clandestina me
imagem 2 - abrindo pra você
                  todas as suas histórias
                  em meu corpo 


                   a  m  o  r   
sorriso -  te ver levantar
              pelo, todo, colo, abraço
exercício
  matinal - tombar cabeça



já que passa a ser com todo I
na base da trilha a enxergar arco-íris
é sair do arco
libertar nossas íris



no ato de abrir os olhos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

cuspi emerê 9+96+6


o moço que se senta em copacabana
são duas bolsas, uma sacola
e uma mochila
catam cocô só os educados
a catar cocô

novacasa vende
e ele se encosta na porta da loja fechada
abre as pernar jogando os cotovelos
às virilhas
isatisado
cansfeito
entrei no tunel e o sinal caiu
foi mal

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

arremesso

quase 9
cabine cheia
carranca
carranca
protegendo o caminho
carranca
arranca c
trava o respirar
solta pingo
carranca
carranca
saí tarde demais
carranca
to ficando louca
caralho.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

crase

debulhar os meus cachos
e nublar tua visão
cair
desdobra esse lençol sobre mim
debruça tez e pele
impregna a crase inteira de suor

e toca poro a poro
sorriso e rubor

e passo-traço-vivo-intenso
o afeto brota livre

estende a prosa e a canga
vai
festejar no meu peito
rabisco o meu desejo
e na saliva o gosto feito de chegar

estendo a ti meus galhos
sem mesmo pontuar
apaga esse ponto
é reticência

sexta-feira, 29 de julho de 2011

foi um rio que passou em minha vida

salve amor desmedido por Pixinguinha, cochichando maaanso no cabelo das morenas, dando cheiros onde não existe a dor de Paulinho; até um quase coração leviano batuca dizendo que esse amor já é demais, e por mim, não irei renunciar! consultem meu peito e saberão: marca de desengano só amor pode curar. quero é ver pandeiro gemer enquanto saio sambando pelas ruas, com o corpo tomado de vestido azul, sem ser do céu, sem ser do mar, sem capa de cobrir solidão... e meus olhos não escondem, gosto mesmo é de andar avisando que rio que passa, costuma ficar, ô da Viola.


meu tempo é hoje Wilson, 
nas ruas que sonhei.

quinta-feira, 26 de maio de 2011


quem dirá o que é certo e verá por todos os lados, 
será o senhor do tempo.
quem trará o amor verdadeiro, deixará a fonte a quem quiser beber, 
será a senhora da rosa.
deixa  o tempo clareando o monte, 
deixa o amor iluminando o homem,
quem poderá perceber sem olhar?
escutar o silêncio, 
serenar o pensamento, 
saberá de sua força, 
saberá de seu domínio, 
firmará o seu caminho, 
sentirá o amor profundo, 
será grandioso o homem.

vem chegando o tempo.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

de mim 15/20/10 ainda

hoje 9:42, não escovei os dentes
me esqueci do desodorante
ignorei a maquiagem
e meu cabelo me aceitou, disse que tava bom 
só acordei, mas queria o colo do ócio
pra me sentir querida.
 suei no buço
não fiz poesia
- eu quero as minhas sequelas.

terça-feira, 22 de março de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

CONFORTO:
posição de bule com duas alças
CONFORTO:
subir morros com as mãos nas costas
CONFORTO:
dançar Carmem Miranda sem a mão rodopiando para cima
CONFORTO:
dencansar as mãos na anca
CONFORTO:
abocanhar o coccix com os dedos

tomando chá, subindo a ladeira da preguiça, gingando, criando pretextos e pressionando: o tico tico tá comento meu fubá.