quinta-feira, 18 de novembro de 2010

é que quando você enterra alguém, alguma nota deve ser publicada.


Carolina dessa vez enterrou aquela flor lá, a do jarro que ficava junto a ela na tal janela. Chico ainda pode cantar que 'o tempo passou na janela'.


mas a dona foi seguir borboletas.

domingo, 7 de novembro de 2010

Carolina IV

Carolina levantou sabendo que seria difícil engolir desaforos, principalmente os vindos do desgaste. Qualquer coisa tida como velha se tornava exponencialmente insuportável; já o que se enquadrava na novidade trazia o aspecto de um sorriso em algum momento, deixava abraços nas entrelinhas. 
A conduta necessária não parecia um bom padrão as 7 da manhã, muito menos as belas 11da noite; cuidar, regar, podar, crescer... isso tudo organizado, suprimia o tesão da vida como se suprime uma proposta, diminuía a dinâmica, fazia querer voltar a ficar na janela, mesmo não pertencendo mais aquele lugar. Perder o rumo seria uma boa opção, mas só as entrelinhas ainda brilham na rotina, e apagar não faz parte dela.
Um suco de uva na vontade, melodia, vermelho vivo nas flores desconhecidas, ansiedade, preguiça, um céu migrando, um verde de ensurdecer qualquer tato, uma terra com textura de cegar paixões, uma urgência que não suportava emudecer, até que grita: Um dia ainda sumo dessa Carolina!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

trese-treze

Chico César
3 na Massa
Moreno + 2
Geraldo Azevedo
Beatles
Los Hermanos
Kings of Leon
Caetano
Radiohead
Marcelo sem Mallu
Elza
Little Joy
Graveola
Infinitas do Francisco
- "formamos um belo casal - Fomos - dois namorados"
Todos eles com espaços vagos em cordas:
das vocais, não se acaba o arrepio
das literais, o uso pra subir; num tempo 13 metros,
agora mais e fuga, e riso.

ouvi: timbres e acordes em azaléias
cultivei: notas, plantas, amores, sono e paradoxo
e sem conjugação no pretérito sinto:
tudo e muito
quis assassina da rotina, acusada com razão

dois: número de 365 e seres
um: número de ser e de dias passantes
zero: deste não me recordo no peito.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010


- Jacarandá triste é que nem pássaro preso sem alpiste.
que me perdoem as frígidas, os passivos, os indiferentes e os mal comidos e acomodados: mas tesão é fundamental. (pra tudo)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

lista do não querer:

- café morno, vinho morno, sorvete morno, cerveja morna, gelo morno que não é, e até leite morno seria um bom exemplo se eu gostasse de leite;
retrato do que não quero: amor morno.

do contrário: colo quente e o resto vivo.

Leve Amadeirado

- perfumava a nuca,
perfumava o pulso
e mal sabia ela que o cheiro que ele queria era o dela,
e não do frasco.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Oferta Inteira pra compra pela metade:


To pra concordar com a Rita nesse negócio: "Amor é latifúndio, sexo é invasão".
tão literal quanto meu sono.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Belo Horizonte, segundo dia de um mês a seu gosto. O cachorro louco se instaura e logo qualquer passante percebe: Jacarandás não são dados a especulações.

- e na espera de um setembro lilás, o verde bandeira flameja e anda se dando com todo esse azul de inundar a vista. E ruborizando segundos e terceiros de tons avermelhados, as manhãs ainda cobrem meus ombros.



- hoje vidrei no espelho e me vi de olhos vermelhos, daí percebi que o sono anda brincando de titubear comigo. Meu sono anda como Maria, chama as idéias e sai andando.
carne não tem noção de data:
- se desejo era aquilo, posso dizer que antes dele, eu era casta.
hablamos poéticamente:
el sol.

- do que quero mesmo dos dias.

Kioskerman

domingo, 1 de agosto de 2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

e se fosse escolher, queria suor de cama, do corpo e da palavra.
e se fosse poder, outras terras pra perto.

lento e majestuoso

não existe olha melhor no mundo:http://www.kioskerman.com.ar/adagio.jpg

do que se dá por nostalgia:

paixões: Com gelo e limão, por favor.
esportes: Jogar meu corpo no mundo.
música: Agora só me falta aprender o silêncio.
amigos: um quê de exorbitante, diz Balzac.

e essa mania de escrever pouco dura? tuíter faz mal a parágrafos.

Nathália Jacarandá de dentro do estômago:
até viro artista pra pintar o céu nas minhas borboletas-cores favoritas

insomnia esclarece: saudade no plural, saudades no singular.


E que deus me proteja da sina de ser indiferente á floração do Ipê.





quarta-feira, 28 de julho de 2010

e dos meus dedos emaranhados nos fios de cabelo
não se faz mais samba no escuro.


estranhou.
se curvou após o banho.
-cabelos molhados,
torcer.
e em forma de L de cabeça pra baixo,
gotas de água pingavam do bico de seus seios,
e derrepente achou engraçado
e riu
estranhamente ficou rindo da água pingando de seus mamilos.
se levantou e as gotas escorreram pelo corpo,
e se misturaram a perder de vista.

e continuou a sorrir estranhando.

do tempo que passa:
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar, amor, cantar.


- esses verbos ainda me matam de vergonha.

alice-mar(n)ia

Alice Maria nunca estava em seu processo de formação, eram sempre formações e protestos.
No que tange sua personalidade, se clareavam grandes descobertas, enquanto nua lhe descobriam do edredon de cores sórdidas.
A inquietude de Maria e o comodismo de Alice, era assim com o já dito amor: alicemaria; ia do querer um corpo quente a querer outro, com a intensidade de um urro de dor. As arrumações adverbiais de Maria não terminavam nunca em conjugações; enquanto Alice fazia de sua rotina conjugar o verbo arrumar como obsessão.
-Eu lavo vasilhas cantarolando
- Já eu, cato virilhas.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

não gosto de títulos

sem muita razão e ponto.
do convite pra poucos:
Visite minha casa, lhe indico a escrivaninha barroca de Jacarandá, cuja gaveta central é abarrotada de fotografias e vontades.

-a primeira exposição pública das letras, acabou viajando pra terra entre águas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"menos intimidade e mais amor" beibe.


- 3 primeiros meses de 365 dias.
sobre as unhas e mais: 

quem diz que o céu é azul, é analfabeto de céu.

                                                                                                         Foto: Flávio Dutra

                    Ainda mudo na lua cheia, sem hermética, sendo sim (ples). Gritando em sopros feitos de vapor pra's mãos, agasalhando extremidades nas entre-pernas. Ouvindo o que não é, me ensurdecendo nessa nostalgia que parece hoje, tudo soando tão blues quanto este azul de inverno posto no céu.
... café, aperto de mão
chapéu, olhar de soslaio
reza, bandeira, bastão
feira, bengala, balaio
este povo assim
calado, manso
é como dinamite, um dia explode.

Ronald Clavor
sábado lhe perguntaram,
sábado ela pensou uma vez,
e com uma vez foi suficiente.

fervereiro

já é fevereiro e eu aqui. [ do tempo que foi fervereiro no rio.]

por Maria Alice

 Pensava convicta tanta coisa sobre si mesma que talvez não fosse mais que ficção o que ela representava, nem Maria nem Alice, gostava de escrever o próprio nome como se fosse um "Alicemaria" achava que passava a idéia de ser o alicerce de alguém.

domingo, 16 de maio de 2010

samba do desamor

até a sola acabar
até o azulejo ruir
trago verbos e 

verbetes e confusão
a transferência clara
da distancia ativa,
e o suíngue que 
não balança mais as cadeiras

roda a saia, encosta o calcanhar no chão
vai dar meia noite quando vira
vai dar meio amor

sobe 13 metros
ouve o som da mandinga
o coração soa pandeiro
o zunido do partido alto

e ainda sim,
sigo eu dançando o samba do desamor

quarta-feira, 21 de abril de 2010

dona de jardim

intensa receita pra ser dona do jardim:
pra começar, arranje uma viajem na viaçãouniversoparalelo pra woodstock, dê doses de rum quente com noites vertiginosas, acrescente respiração sutil, cor, cheiro agradável, sorrisos gostosos, separe couro, sementes e saias rodadas, coloque janis na vitrola, bagunce o cabelo, tire os sapatos e trate de deitar um oito no amor. mas não se esqueça, se aquecer ou esfriar demais, não tem o menor problema, uma vez ocupando tal posto o sempre passa a ser real.

maria sem vergonha é só uma, ou duas em uma:
"amor assim não finda
e sem par tu não fica iaiá"

segunda-feira, 15 de março de 2010

foi carpinejar

que disse:

"Na infância, a mãe arrumava o quarto de minha dor e depois não encontrava nenhuma das tristezas prediletas."

não era só a mãe dele.
talvez um dia a menos
e sejamos tão cheios disso e os

olhos inebriados de estar
marejados em


sais dentro de vazios
em caixas cheias de

azul houve sim e não ouço
está quisto em
mais um holofote preso no


portão.